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Alerta para o uso indiscriminado de antibióticos
"Está resfriado, gripado ou com outra complicação e não sabe o que é? Não importa. Além de um analgésico para tirar a dor, não custa nada tomar um antibiótico como garantia. Esse é o pensamento, errado, de muita gente. Boa parte das pessoas não sabe, por exemplo, que a função de um antibiótico é combater bactérias maléficas no organismo, o que não resolve nada quando seu problema é um vírus. Resultado da automedicação? As bactérias tornam-se cada vez mais resistentes aos remédios". O hábito de tomar remédios por conta própria é uma pratica comum mundialmente, pois ao primeiro sinal de uma possível doença as pessoas procuram soluções rápidas para resolver o problema, muitas vezes de forma incorreta. Os analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos são a classe de medicamentos mais prescritos no mundo. “Devemos lembrar que todo medicamento possui dosagem e formulações especificas que devem ser respeitadas, por isso a dose e o intervalo de administração precisam ser conhecidos e obedecidos para evitar riscos ao paciente”, afirma Thais Guimarães, coordenadora de divulgação da SBI, médica infectologista da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital do Servidor Público Estadual de SP e do Hospital Santa Cruz. A especialista conta que é comum encontrar pessoas que ingerem dose dobrada de uma medicação esperando obter efeito mais rápido, o que não acontece e ainda pode piorar o quadro do paciente.
A pescrição do antibiótico pelo médico é realizada quando o diagnóstico da infecção é confirmado ou suspeito, seja por meio de exame clínico, laboratorial ou investigação epidemiológica. O tratamento deve ser individualizado e o uso indiscriminado de antibióticos pode levar à resistência por parte das bactérias, ou seja, elas podem tornar-se resistentes aos antibióticos prescritos, fazendo com que a infecção não seja tratada. Hoje em dia as infecções causadas por bactérias resistentes são cada vez mais frequentes não somente nos hospitais, mas também no ambiente domiciliar. “Dessa forma, infecções comunitárias como amigdalites, faringites, pneumonias, infecções urinárias e de pele estão tornando-se mais dificeis de serem tratadas e podem acometer individuos de qualquer idade, incluindo crianças, jovens e idosos saudáveis ou não”, explica o infectologista Mauro Salles, primeiro secretário da SBI, chefe da Clínica de Infectologia e professor da disciplina de Infectologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo/SP.
A capacidade dos microorganismos, em especial, das bactérias se tornarem resistentes aos diversos antimicrobianos é reconhecida há cerca de muitas décadas. O tema tem sido amplamente abordado em diversas publicações, pois apresenta grande impacto na morbidade, mortalidade e nos custos associados à saúde. “A auto-medicação de antibióticos, que são vendidos em farmácias sem receita médica é uma das principais causas do cenário atual de infecções resistentes. Por isso, ao sinal de sintomas de qualquer tipo de infecção, o paciente deve procurar o médico, pois só ele pode dar a orientação correta quanto ao tipo e ao tempo de uso deste medicamento”, afirma Dr. Juvêncio.
Então,não se engane e evite indicar medicamentos aos outros. Mesmo que tenha lido sobre ele na internet, ou tenha utilizado-o no seu tratamento. Não se esqueça que a automedicação poderá prejudicar a si mesmo e às pessoas que mais ama. Na dúvida, consulte um profissional. Ele poderá revelar um caminho para manter-se corretamente informado sobre os remédios.
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